quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

EJA

Apesar dos diversos avanços na legislação,dos Programas e Políticas lançados periodicamente e das avançadas discussões envolvendo amplos setores da sociedade, o Brasil continua a exibir índices nada agradáveis de analfabetismo entre a população maior que 15 anosde idade.
Isso ocorre porque as possibilidades de crianças e jovens estarem inseridos na escola em idade adequada muitas vezes são reduzidas. As causas desse abandono variam desde a própria necessidade de que a criança ou adolescente auxilie com algum tipo de trabalho, para aumentar a renda doméstica ou até mesmo a desestruturação da família e a falta de condições de incentivo a continuação dos estudos.
Esses alunos que deixaram precocemente a escola muitas vezes retornam, quando mais velhos, sentindo falta da escolaridade que não obtiveram no período ideal, ou chegam a determinados momentos de suas vidas nos quais já é possível frequentar a escola.Um exemplo disso são aquelas senhoras que conhecemos na visita a Escola Liberal Zandonadi, mesmo com a idade avançada, voltaram a estudar para realizar pequenos sonhos, ler revistas, contar dinheiro e outras simples coisas do nosso dia a dia.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

EXPLORANDO O GÊNERO TEXTUAL NA EJA.

Postado por Lourdes Lavarezi

Trabalho das Alunas: Lourdes, Vanucia, Melry, Rosiana e Joelma

Um dos maiores desafios dos professores que trabalham com Educação de Jovens e Adultos (EJA) é capacitar o aprendiz para lidar com práticas sociais que fazem uso da leitura e da escrita. Quando chegam à escola, alguns alunos atendidos por essa modalidade educacional são considerados analfabetos, mas não iletrados, pois, de uma maneira ou de outra, eles sempre têm algum contato com práticas de leitura e escrita ao longo da vida, mesmo que não saibam decodificar o código linguístico que constitui os gêneros textuais com os quais lidam no cotidiano.

No Brasil, embora ainda seja considerada marginalizada, a EJA tem um importante papel social: possibilitar o acesso ou o retorno aos estudos àqueles que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola na idade própria. Nesses cursos, todas as disciplinas são importantes, no entanto, a Língua Portuguesa sem dúvida é um dos tópicos que merecem destaque, uma vez que, é por meio da linguagem, da leitura e da escrita, que se estabelece a ligação entre o aluno e o conteúdo ministrado em todas as áreas do conhecimento e, em especial, que se configuram as práticas de letramento.

Em virtude disso, os gêneros textuais constituem-se uma importante via de acesso ao letramento e como o referido material é extenso, limitamos nosso estudo em torno dos gêneros bilhete e panfletos, muito próximos do cotidiano dos alunos atendido, e do blog, também muito explorado com o advento do uso das novas tecnologias.

O presente trabalho tem por finalidade ofertar aos educadores da EJA – Educação de Jovens e Adultos - segmento I, sugestões de atividades que abordam o gênero do discurso interpessoal. Este gênero utiliza como suporte metodológico cadernos, diários, blogs, telegramas e outros, e não há necessariamente o interesse em comunicação externa.

Como objetivo, visa circular expressão pessoal e comunicação entre as pessoas, e suas características abordam o emissor/destinatário e são datadas e altamente presos aos acontecimentos.
JUSTIFICATIVA

Os gêneros textuais estão mais presentes em nossas práticas diárias do que imaginamos. Interagimos constantemente com os outros, ora por necessidade, ora por comunicação oral ou escrita. Por meio de bilhetes, panfletos e outros informativos, transmitimos certa mensagem ou até nos informamos sobre a mesma.

Dessa forma, torna-se considerável conhecer as variações dos discursos existentes em sociedade, buscando conhecer ou ampliar o conhecimento, e neste trabalho especificamente, gênero interpessoal.



OBJETIVO GERAL

Pensar a respeito das metodologias utilizadas para o ensino deste conteúdo na EJA.


OBJETIVO ESPECÍFICO

- Sugerir opções de atividades para o trabalho do gênero interpessoal de acordo com o nível de desenvolvimento.
- Ampliar o conhecimento a respeito do gênero textual abordado.

METODOLOGIA

Como suporte metodológico, o laboratório de informática, modelos de bilhetes e panfletos que forneçam a comunicação de forma breve e objetiva.

ATIVIDADE I E II

SEQUÊNCIA DIDÁTICA  

EJA – SEGMENTO I

Tempo de duração: 3 aulas

Conteúdo: Gênero textual interpessoal – bilhete e blog

Objetivos Específicos

·         Instigar o uso das novas tecnologias;
·         Confeccionar bilhetes;
·         Expressar com mais fluência, tanto oral quanto escrita;
·         Ampliar o letramento;
·         Ampliar a interação entre os alunos.

Recursos didáticos

·         Caderno, lápis, borracha;
·         Laboratório de informática;
·         Data show.


Desenvolvimento

1ª aula
- Apresentar à turma o que é um bilhete, explicando a sua finalidade, como é confeccionado, etc.
- Fazer um sorteio entre os alunos para, desta forma, organizar a sala em duplas.
- Orientar para que eles confeccionem um bilhete para o colega, o qual foi sorteado.
2ª aula

- Em uma roda de conversa, iniciar a aula com a troca dos bilhetes.
- Explorar, com os alunos, as mensagens de cada bilhete, analisando a informação contida em cada um.
- Interrogar sobre as possíveis dificuldades encontradas tanto na elaboração, quanto no entendimento das informações.
- Verificar a eficácia de seu uso como ferramenta de comunicação.


3ª aula

- Levar os alunos ao laboratório de informática, informando a eles, que nesta aula, eles utilizarão um meio eletrônico para confeccionar bilhetes, como os da aula anterior.
- Projetar, com o data show, os passos de como se usa um blog, na medida em que os alunos se posicionem, cada um em um computador, desenvolvendo a tarefa sob os comandos do professor.



AVALIAÇÃO

Avaliar o envolvimento e participação dos alunos durante todo o processo.











ATIVIDADE III


Panfleto Informativo

Modelo:

Prezado cliente:
A loja Moreira Móveis de Venda Nove do Imigrante está em liquidação. Durante o período que vai do dia 26/11/2011 à 24/11/2011 os eletrodomésticos estão com 20%, 30%, 40% e 50% de desconto.
Não percam esta oportunidade!

                  Venda Nova do Imigrante, 25 de novembro de 2011.

1)quem é o destinatário?

2)Quem é o remetente?

3)Qual a mensagem que o panfleto transmite?

Orientações ao professor:
A seguinte atividade é uma proposta didática que tem como intuito introduzir o gênero textual interpessoal na EJA.  Este gênero tem como características textos curtos, centrados no emissor e destinatários. São focados em acontecimentos. A professora trabalhará o panfleto oralmente, e depois as palavras do texto, com intuito de alfabetizar letrando.






sábado, 3 de dezembro de 2011

ANÁLISE DE LIVROS DA EJA

No dia 04 de novembro de 2011 as alunas do 8º período de Pedagogia tiveram a oportunidade de analisar alguns livros didáticos que estão sendo utilizados recentemente pela modalidade EJA. A sala foi dividida em grupos e cada um se posicionou em relação aos livros.


Através dos relatos vereficamos que o livro didático é uma ferramenta muito importante para o ensino-aprendizagem , só que ele não vai suprir todas as necessidades do aluno. o professor deve saber motivar o aluno a entender através de atitudes práticas.


Tais análises foram feitas tendo por base alguns referênciais teóricos, tendo em vista ampliar o nosso olhar desse recurso didático.


pastagem feita por: Genaina e Brenda

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS DE UM ENCONTRO PROMISSOR COM A EJA

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL LIBERAL ZANDONADI

Venda Nova do Imigrante

Por Melry Silvério



A Faculdade de Venda Nova do Imigrante – FAVENI – tem como parte de sua matriz curricular, a disciplina de Metodologia para o Ensino da EJA, Educação de Jovens e Adultos.
Com intuito de aproximar as teorias estudadas à prática educativa, no dia 23 de setembro de 2011, foi realizado na Escola Estadual de Ensino Fundamental Liberal Zandonade, um encontro com a EJA. O acontecimento contou com a presença das alunas do 8º Período do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, da professora responsável, dos alunos e da professora da EJA*.
Esse acontecimento foi um dos momentos mais marcantes de nossa formação, pois tivemos a oportunidade de confrontar teoria e prática, o que nos proporcionou uma melhor assimilação dos conhecimentos advindos da faculdade. Nesse dia, a disciplina que seria ministrada em sala de aula, se deslocou para um local diferente, o ambiente educativo dos principais envolvidos, jovens e adultos.
A professora do 8º Período de Pedagogia, Clemilda Bergamim, fez a abertura e, em alguns minutos, fez uma retrospectiva do conteúdo estudado com a finalidade de reavivar nossos conhecimentos.
Logo após a abertura do encontro, a docente fez questionamentos direcionados aos alunos da EJA*:
- Por que vocês acham que estudamos esta disciplina na faculdade?
- Por que decidiram voltar a estudar?
Ainda meio acanhado, um dos alunos respondeu que tinha voltado a estudar porque queria ser alguém na vida. Com o relato, algumas das concluintes presentes ficaram sem reação, e com sua “jogada de mestre” a professora Clemilda interrompeu o estudante dizendo que todos ali já eram alguém e que estavam naquele recinto para ampliar seus conhecimentos.
Nesse contexto, a troca de saberes foi muito pertinente e jogou por terra diversas ideias preconcebidas de que sabemos mais que os que estudaram menos, confirmando a fala de Paulo Freire ao afirmar: Não existe conhecimento pior, ou melhor, apenas diferente.
No decorrer do evento, percebemos que aqueles alunos estavam ali com sede de saber. E que, apesar das responsabilidades diárias, eles chegavam à escola com a esperança de se tornarem pessoas que, de alguma forma pudessem, exercer melhor sua cidadania.
Observamos também que a motivação e a esperança dos alunos foram fatores impulsionadores fundamentais para que a professora responsável pela turma da EJA* ensinasse de forma tão dedicada e humana, segundo relatos dos alunos.
Contudo, contrastar teoria e prática nos fez refletir sobre os desafios da modalidade de ensino, e também considerar a ideia de que, muitas vezes, não é o mais indicado aprendermos por meio de modelos imutáveis, porém ter como referência uma profissional como a professora daquela turma contribuiu, e muito, em nossa formação.
Além dos conhecimentos adquiridos, um dos momentos que sobressaíram naquele dia foi ouvir o relato de uma aluna, de quase 60 anos, do primeiro segmento da EJA* ao ser perguntada sobre o porquê de estar ali,e se estava gostando, aprendendo, ao que ela respondeu:
“Eu estava até indo bem, quase aprendendo a juntar as letras, só que hoje (23/09/11) faz um mês que enterrei meu filho, daí eu esqueci o que sabia”.
Emoções e comparações com o empenho de alguns dos alunos do ensino regular à parte, com palavras de incentivo, persistência e sucesso saí do local com uma bagagem de conhecimentos bem maior do que quando entrei no recinto, e o mais interessante foi ter aprendido com pessoas, cuja experiência escolar não possibilitava sequer assinar nome.
Em suma, tivemos por meio deste encontro com a EJA* boas expectativas, ampliação de saberes e quebra de paradigmas, que nos fizeram compreender alguns dos reais objetivos da escola.
Amparados pelas incumbências da modalidade, pelas observações e pelos conhecimentos adquiridos na disciplina, pudemos perceber que a escola não deveria apenas universalizar o acesso ao conhecimento e sim criar condições estruturais e pedagógicas que viabilizem a todos os educandos, especificamente os da EJA*, continuidade em sua formação, cujos objetivos direcionados à modalidade em questão sejam mais reais e verdadeiramente baseados na contextualização dos saberes da experiência dos alunos, na qualidade no processo de ensino aprendizagem, na criticidade e na conscientização política em todas as escolas, pois somente assim serão recompensados aqueles que não puderam estudar em tempo normal, fazendo surgir transformações necessárias ao seu meio.

*EJA= Educação de Jovens e Adultos